Arruaceiros visitantes

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Old School Heroes: Space Ghost

E aí arruaceiros! Desta vez falaremos de um dos ícones do mundo dos super heróis, ele pode não ser propriamente um herói de HQ mas certamente deixou sua marca nas páginas da DC. Falo dele, o espectro que protege a galáxia, Spaaaaaaaaaaaaaaace Ghoooooooooooost!!



 Space Ghost foi criado originalmente em 1966 pelos famosos estúdios Hanna-Barbera e seu programa se chamava Space Ghost and Dino Boy. O programa se dividia em duas partes, uma era a do nosso justiceiro das galáxias e a outra sobre o garoto perdido no vale dos dinossauros (Dino Boy in the Lost Valley), os dois desenhos não tinham relação alguma. Voltando ao nosso herói, O desenho que foi ao ar de 1966 a 1968 com 42 episódios fez tal sucesso que rendeu ainda uma segunda série anos mais tarde: Space Stars. A nova série que estreou em 1981 contava com alguns vilões a mais do que na série original de 1966 e teve 22 episódios.



Os companheiros de Space Ghost eram os irmãos Jace e Jane, juntamente do macaco Blip. Os vilões clássicos e recorrentes do justiceiro galáctico eram o louva-a-deus Zorak, a criatura de lava dentro de uma roupa espacial Moltar, o ser felino Brak, o senhor das máquinas Metallus, a Viúva Negra também conhecida como Mulher Aranha. Dentre outros vilões com os quais nosso herói lutou. Os super poderes de nosso herói vem diretamente de sua roupa e de seus braceletes de poder, que lhe conferem super força, a capacidade de voar, invisibilidade, campo de força que serve como escudo, teleporte, e uma série de poderes a mais, como raio anti-matéria ou super velocidade, provenientes dos braceletes. Space Ghost também contava com sua nave, o Cruzador Fantasma.



Após alguns anos esquecido nas profundezas, o herói foi resgatado pelo canal Cartoon Network em 1994 e ganhou seu novo programa ao melhor estilo "talk show", Space Ghost de Costa a Costa (Space Ghost From Coast to Coast). Tratava-se de um talk show realmente, Space Ghost entrevistou várias celebridades como Jim Carrey, Björk e até mesmo Pelé. O programa era recheado de comédia, boa parte vinda dos assistentes do herói: Zorak, Moltar e Brak. Seus antigos parceiros no combate ao crime, or irmãos Jace e Jane, também eram aparições recorrentes em alguns episódios. Space Ghost de Costa a Costa continuou até 2004, tornando-se o mais antigo programa do famoso segmento do Cartoon Network, o Adult Swim. O programa continuou em 2006 no canal de animção do GameTap, um canal de videogames francês, e chegou ao seu fim em 2008.



Space Ghost fez participações em outros desenhos e programas e revistas em quadrinhos, mas o lugar onde se pode dar um maior destaque no pós "Costa a Costa", poder-se-ia dizer que foi na HQ publicada pela DC Comics em 2004 e escrita por Joe Kelly, ilustrada por Ariel Olivetti e arte de capa feita por ninguém menos do que Alex Ross. A revista em 3 edições chamada simplesmente de "Space Ghost" conta a história e origem de Thaddeus Bach, que após uma série de eventos e traições viria a ser conhecido pelo prenome do justiveiro galáctico. Há inclusive a aparição de um dos mais clássicos inimigos do herói, Zorak, que tem um tratamento muito mais sério e até mesmo violento do que no desenho de 1966. Thaddeus Bach, já usando seu traje de combate ao crime, encontra os irmãos órfãos que viriam a ser seus companheiros na luta contra o mal, Jace e Jane.



Uma das últimas aparições de Space Ghost foi em um episódio de Batman: The Brave And The Bold ("Batman: Os Bravos e Destemidos", aqui no Brasil), no qual se alia ao homem morcego para combater o Rei das Criaturas. Um detalhe interessante é que o dublador original da série de 1966 voltou para dar vida a Space Ghost mais uma vez.
Fato é que Space Ghost marcou uma geração que cresceu assistindo suas aventuras. Talvez não tenha sido nem a minha, mas tive a sorte de tê-lo conehcido e fico muito grato por isso. Um marco no mundo dos super heróis "old school", acabou ficando nas sombras e no esquecimento, salvo seu programa humorítstico, que também é excelente, e as tímidas aparições como super herói de fato em outras animações. Particularmente eu adoraria ver uma nova série animada de Space Ghost como um herói das galáxias, quem sabe até mesmo se utilizando da origem dada para ela pela DC na HQ de 2004! Seria ótimo e creio que revitalizaria o mundo dos heróis animados, que acabam por se tornar enfadonhos ou até mesmo um fracasso, devido ao grande número de reboots e remakes que temos por aí. Diversos Batman, Liga da Justiça, Homem-Aranha, etc. Vou então encerrar por aqui este post que se alongou devido ao meu sentimento de nostalgia, carinho e apreço que nutro pelo herói, vou ali ler minha HQ Space Ghost pela enésima vez! Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.


A abertura brasileira da série original de Space Ghost

   

O episódio de Batman: The Brave and the Bold - Space Safari, com participação especial de Space Ghost:





segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Old School Heroes: O Sombra

                 Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos? - O Sombra sabe!

E aí arruaceiros! E vamos falar agora sobre mais um dos heróis que fez história nas Comics, falaremos daquele que tem como maior aliada a escuridão, falo de O Sombra.

Walter B. Gibson, criador de O Sombra

Criado em 1930 pelo mágico Walter Brown Gibson sob a alcunha de Maxwell Grant, as aventuras do herói originalmente foram transmitidas por um programa de rádio. O programa tornou-se realmente realmente conhecido a partir de 1937, quando era apresentado e narrado pelo ator Frank Readick Jr. com a frase: "Quem sabe que maldade espreita o coração dos homens? O Sombra sabe!" (Who knows what evil lurks in the hearts of men? The Shadow knows!). Readick deu ao programa, com sua voz, o tom misterioso de que tanto precisava. Ao longo de sua existência na radio difusão, O Sombra foi interpretado por muitos atores, dentre eles Orson Welles, que interpretou o herói até 1938. Outra personagem de importância que apareceu na série nessa mesma época foi Margo Lane, companheira do herói na resolução de crime e aquela por quem Lamont Cranston, O Sombra, nutre certo sentimento. O programa de rádio durou até 1954.

Orson Welles como O Sombra

Durante toda sua existência no rádio, O Sombra contou com vários escritores que produziam verdadeiros romances, dentre eles um dos mais notórios foi, com certeza, Walter B. Gibson, que usou o pseudônimo de Maxwell Grant. Com o passar do tempo, o personagem foi adquirindo as características pelas quais o conhecemos hoje em dia. Ganhou uma identidade secreta como o milionário Lamont Cranston, cujo passado tomou diversas formas através dos anos. As pessoas que por ele haviam sido salvas "deviam-lhe a vida", dessa forma, tornavam-se seus agentes, os quais deveriam acatar com as ordens do Sombra sem questionamento algum. Alguns super-vilões, cientistas loucos, reis do crime e assassinos também apareceram, dentre eles os notórios Shiwan Khan e o Black Tiger (vilão de uma das séries).



Apesar de ser considerado o mocinho nas histórias, seu comportamento nunca o levou a ser considerado nem herói nem vilão. O Sombra tinha características vilanescas em si mesmo, ele não era propriamente um "herói", mas sim, uma espécia de anti-herói vindo de filmes noir. Com suas roupas negras (casaco, capa e chapéu), o cachecol vermelho cobrindo-lhe metade do rosto e a característica que não pode ser esquecida, o nariz aquilino. Um outro detalhe interessante que não deve ser esquecido é sua habilidade de modificar seu rosto a fim de ficar irreconhecível quando está combatendo os criminosos, algo que é demonstrado muito bem no filme estrelado por Alec Baldwin em 1994. Para travar sua batalha contra o crime ele se usava de duas pistolas calibre .45 e, acima de tudo, seus incríveis poderes hipnóticos aprendidos no Oriente. O Sombra é considerado um grande manipulador da mente humana, atuava sempre à noite e conseguia até mesmo "desaparecer" da vista de seus inimigos misturando-se às sombras com o uso de suas habilidades hipnóticas.

Edição número 1 de The Shadow na DC Comics

Sendo considerado por muitos como um dos marcos dos super heróis, O Sombra iniciou seu combate ao crime no rádio, passou para as revistas de mistérios, ganhou sua própria HQ, teve várias adaptações para filmes e curta-metragens, bem como algumas séries. As mais notáveis são a adaptação "The Shadow" (filme serial com 15 ca´pítulos), de 1940, estrelada por Victor Jory e o longa metragem "The Shadow", de 1994, com Alec Baldwin. Muito tem se falado ultimamente sobre uma nova adaptação para o cinema ou até mesmo uma série televisiva. O diretor Sam Raimi, que era o encarregado da nova produção, diz que até então não há um script adequado para um longa e por esse motivo o filme não será feito.

Cartaz do filme de 1994

O Sombra é um dos ícones do mundo dos super heróis. Pelo que me lembro, sua última aparição de peso foi no filme de 1994, no qual duelou magistralmente contra Shiwan Khan em uma das mais intensas batalhas hipnóticas na história dos filmes. É certo dizer que este misterioso personagem serviu de forte influência  para muitos dos mais populares heróis como o próprio Batman, o anarquista "V" (V de Vingança), o Arqueiro Verde e o Besouro Verde. Todos esses heróis se assemelham ou ao próprio Lamont Cranston, alter ego de O Sombra, ou ao modus operandi do herói.



Fica aqui então o post sobre mais um dos mais legais personagens já criados que acabaram, tristemente,  ficando no esquecimento. Particularmente, gostaria muito que este combatente ao crime fosse revivido e ressurgisse das sombras, de onde nos vigia e protege sem descanso. Um dos maiores e influentes ícones das HQ's e imaginário não deveria permanecer no limbo por tanto tempo quanto este permaneceu. Isso é tudo arrruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.

Trailer do filme The Shadow, de 1994. Universal Pictures, direção de Russel Mulcahy.







The Shadow knows...




sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Espcial Criança Feliz (1990): Os Animais do Bosque dos Vinténs

E aí arruaceiros! Chegamos ao último post do Especial Criança Feliz (1990). Para fechar com chave de ouro vamos falar de uma das melhores animações exibidas no milênio passado, aquela que muitas vezes foi criticada por sua dureza e aspereza dos episódios. Falo de Os Animais do Bosque dos Vinténs.


Originalmente uma série de livros escritos por Colin Dann com o mesmo nome (The Animals of Farthing Wood, em inglês). A adaptação para a TV sofreu ligeiras mudanças em personagens ou acontecimentos, mas nada que denigra o desenho animado e o deixe inferior aos livros. A animação foi produzida e exibida de 1992 a 1995 no Reino Unido e demais países europeus, criação dos estúdios Telemagination (Londres) e La Fabrique (Montpellier), contou com 39 episódios divididos em 3 temporadas. Aqui no Brasil a série foi exibida mais uma vez pela TV Cultura de 1993 a 1999, período no qual obteve grande sucesso. A dublagem da série ficou a cargo do grande estúdio Álamo, que novamente realizou trabalho ímpar.

Capa do primeiro livro de Colin Dann

A trama base da série é que os humanos invadem o Bosque dos Vinténs para construir suas casas, despojando assim os animais de sua morada. Com a ameça iminente, os animais realizam uma assembléia, na qual o Sapo, desaparecido há muito tempo, retorna e sugere que eles se mudem para uma reserva, o Parque da Corsa Branca (ou Parque do Cervo Branco, dependendo da tradução). Acatando a sugestão do Sapo, os animais elegem Raposa como líder do bando e, a fim de manter a ordem do grupo até chegarem ao seu destino, os animais fazem o antigo Juramento da Proteção Mútua, no qual os animais se comprometiam a não comer uns aos outros e se proteger das adversidades que porventura encontrariam. Tendo o Sapo como guia até o tão desejado Parque e a Raposa como líder da comitiva, os animais partem do Bosque dos Vinténs e embarcam em uma aventura repleta de... Surpresas.

Os animais em assembléia na toca do Texugo


Em sua jornada até o Parque da Corça Branca, os animais encontram diversos predadores selvagens, rodovias humanas muito perigosas, rios de correnteza extremamente forte, enfim, encontram muitas provações em sua grande viagem. Quando chegam finalmente ao Parque, muitos dos que haviam partido do Bosque dos Vinténs não mais se encontravam no bando. Muitos pereceram pelo percurso, fosse atropelado por um carro ou devorado por algum predador de fora do bando, o fato é que nem todos conseguem terminar a viagem. Já no Parque da Corça Branca, tem início a segunda temporada do desenho, na qual os animais do Bosque dos Vinténs entram em conflito com os animais do Parque por causa de território, fosse por motivo de espaço ou de caça. A terceira temporada, ainda inédita aqui no Brasil, trata dos animais estabelecidos há certo tempo no Parque que devem proteger o mesmo da invasão do rato Bully e seu "exército" de ratos. Detalhe para esta terceira temporada, que foi duramente criticada pelos fãs pela mudança no traço e qualidade do desenho, tendo adquirido um ar mais cartunesco para melhor se aproximar do tipo de desenho que as crianças assistiam naquela época, o que foi um erro, já que muitos dos personagens foram descaracterizados e ganharam "qualidades humanas".

Raposa e Cicatriz em seu duelo pela paz no Parque da Corça Branca

Animais do Bosque dos Vinténs se destacou entre os demais desenhos por um simples motivo: por meio das duras e cruéis adversidades encontradas pelos animais em sua jornada que ensinavam às crianças da década de 1990 as verdades da vida. A primeira e a segunda temporada foram grandemente aclamadas e criticadas por suas lições. Uma das críticas era que o desenho apresentava cenas muito fortes para o público ao qual se destinava, coisa que talvez ficasse na sombra com tamanhas lições que o mesmo público receberia. A união de diferentes etnias de pessoas em prol de um bem comum,  a superação de diversos obstáculos na vida e o apelo às emoções do público, esses foram pontos diretamente ligados à série que a levaram à primeira posição aqui na Taverna. O lugar que tal desenho animado ocupou nas mentes e corações das crianças que acompanharam os animais em sua incrível jornada é o de honra. O caráter, a moral e a maneira de viver de muitos adultos de hoje em dia devem-se por causa de Animais do Bosque dos Vinténs. Não há criança daquela época que não se lembre com emoção dos episódios de tão maravilhoso desenho. Deixo aqui um apelo para que os arruaceiros de plantão procurem essa grande obra da animação e se emocionem com a jornada de Raposa, Texugo, Faisão, Coruja, Doninha, Toupeira, Sapo, todos os animais do Bosque dos Vinténs, garanto que será uma experiência sem igual da qual não se arrependerão. 

Curiosidade: -No total, a série se baseou em 6 livros com a história principal para suas 3 temporadas: The Animals of Farthing Wood; In the Grip of Winter; Fox's Feud; The Fox Cub Bold; In the Path of the Storm e Battle for the Park. Apenas um dos principais livros não foi adaptado para a TV, The Siege of White Deer Park ("O Sítio ao Parque da Corça Branca"). Foi considerado forte demais para ser adaptado e então foi deixado de lado. Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.


Confira abaixo o vídeo da abertura original da série aqui no Brasil:








"... era chamado de Juramento da Proteção Mútua. É uma promessa para não temer.
   -Eu,__________ , juro solenemente não engolir ninguém enquanto viajarmos para este lugar do Sapo!"



FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!  Jack, O Taverneiro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Especial Criança Feliz (1990): Anos Incríveis

E aí arruaceiros! Continuando hoje com a série "Especial Criança Feliz (1990)" falarei sobre algo que não é exatamente um desenho animado. Anos Incríveis  foi uma série de TV que, junto com as séries animadas e demais programas de cunho educativo, marcou época e merece um lugar de destaque aqui em nosso especial da Taverna!

A família Arnold, Paul e Winnie

Anos Incríveis é uma série norte-americana criada por Carol Black e Marlens. Ganhou 22 prêmios Emmy em sua existência (1988 - 1993) e foi indicado a muitos mais. Contou com 115 episódios divididos em 6 temporadas. Aqui no Brasil a série comçou a ser exibida, em formato legendado, em 1993 pelo canal Multishow, ainda no mesmo ano a TV Cultura conseguiu os direitos da série e passou a exibi-la, legendada no início e dublada (pelo saudoso estúdio Álamo) logo em seguida. Por não se tratar de uma emissora "comercial", a TV Cultura não conseguiu arcar com os custos do seriado, que ganhava cada vez mais sucesso, então o programa passou a ser exibido pelo canal Bandeirantes em 1966. Nesse mesmo ano, Anos Incríveis foi reprisado pelo Multishow em seu formato original legendado. De 2004 a 2006 a TV Cultura passou a exibir uma vez mais o seriado, que saiu do ar por término de contrato.
O formato do seriado era o básico dos enlatados "gringos" que aqui chegavam, uma sitcom de comédia sobre uma típica família norte-americana de subúrbio. O diferencial é que, diferente das demais sitcons, a comédia estava inserida sutilmente em meio ao drama dos episódios e nos apresentava as aventuras e desventuras da vida de um garoto, Kevin Arnold, que passava desde sua mocidade (12 anos) até a adolescência (17 anos). Anos Incríveis se passa de entre os anos de 1968 a 1973 e tem como pano de fundo os acontecimentos dessa época tão conturbada e cheia de movimentos culturais nos EUA, como Woodstock, Flower Power, Elvis Presley ou até mesmo os Beatles em sua primeira transmissão televisiva nos EUA, por exemplo.
A família Arnold

Kevin Arnold era o personagem principal e apresenta a série como o narrador, já com 30 anos. Tudo o que acontece no decorrer do programa nos é relatado em primeira pessoa pelo próprio Arnold, que vê tudo com um ar nostálgico e por vezes melancólico. Temos também sua família, o pai, John "Jack" Arnold, veterano da guerra da Coréia e rabugento, era o típico conservador que via com maus olhos as mudanças "extremas" que ocorriam no país. Temos Norma Arnold, a mãe super-protetora que mediava as querelas entre os filhos e o pai e ainda detinha um espírito que almejava por independência, representando os movimentos feministas da época, já que ela queria trocar o "dona de casa" por "mulher da casa". Karen, a irmã mais velha e hippie e Wayne, o clássico irmão mais velho que implica com o irmão mais novo, no caso, Kevin. Além da família Arnold, temos Paul Joshua Pfeiffer, o melhor amigo de Kevin e Gwendolyn "Winnie" Copper, amiga de Kevin e seu primeiro amor.
Nas primeiras 3 temporadas a série nos apresentava os dramas domésticos de famíla, tinha um tom bem mais inocente, Kevin tinha então seus 12 anos. Da 4° temporada em diante a série assume um caráter mais maduro, adulto, Kevin e Winnie começam a namorar e então a série nos mostra diálogos sobre sexo, relacionamentos e desavenças.
Da esq para dir: Paul, Kevin e Winnie

Além é claro de sua fórmula dramática com as piadas sutis em momentos inesperados, presente em todo o seriado, deve ser dado um enorme destaque para a trilha sonora. A abertura da série conta com fantástica versão de Joe Cocker da música "With a Little Help from my Friends", além é claro de diversas outras grandes músicas de sucesso.
Apesar de Anos Incríveis ter atingido um estrondoso sucesso na época de sua exibição no mundo inteiro incluindo o Brasil, percebo que muitos não se lembram deste grande seriado ou simplesmente não tem conhecimento algum de sua existência. Muitos daqueles que como eu, cresceram nessa época, ficaram eternamente marcados pelas peripécias de Kevin Arnold, aprenderam junto com o personagem a cada novo episódio e carregam isso até os dias de hoje. Em 2011, o último episódio de Anos Incríveis ficou em 11° lugar na lista de "Finais de programas de TV mais inesquecíveis", no "TV guide network", dos EUA. Apenas espero que a geração atual venha a conhecer um dos programas que mais marcou a década de 1990, influenciando outras sitcons que vieram a surgir depois de seu final e, além de tudo, influenciou o caráter e o amadurecimento de muitos jovens. Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.

Confira abaixo a abertura original da série aqui no Brasil:





"Crescer é algo muito rápido. Um dia você usa fraldas e no outro você vai embora. Mas as memórias da infância permanecem com você. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa como várias outras casas, um quintal como vários outros quintais, em uma rua como várias outras ruas. E o fato é que, após todos estes anos, eu ainda olho para trás e penso: Foram anos incríveis!"
 
Kevin Arnold em sua última frase no último episódio da série ("Dia da Independência").

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Especial Criança Feliz (1990): As Aventuras de Tin Tin

E aí arruaceiros! Hoje falaremos de um clássico dos clássicos! Um herói dos heróis! O aventureiro dos aventureiros! O Indiana Jones belga! Aquele que tem como melhor amigo um rude capitão de nome Archibald Haddock. Aquele que tem como fiel companheiro de aventuras o seu valente cãozinho chamado Milu. Falo dele, o repórter aventureiro mais querido de todos, falo de Tintim!

Hergé ao lado de sua criação


Originalmente, Tintim era uma tirinha de jornal surgida no "Le Petit Vingtième" escrita pelo belga Hergé (Georges Prosper Remi), devido o relativo sucesso que atingiu, ao término de cada arco de história os mesmos eram encadernados e reunidos em livros (em 2008 chegaram a 23). No início de sua publicação, Hergé escrevia as histórias basicamente do mesmo jeito, um mistério, a investigação de Tintim, a revelação, a escapatória da morte certa e as lutas, o autor improvisava nas histórias apesar de sempre dar o seu toque pessoal como o sarcasmo e as piadas nas horas das lutas e a lógica usada por Tintim para resolver seus casos, além é claro, da criação de um "mundo de Tintim" tão realista que chegamos a não duvidar da veracidade das aventuras do repórter. Hergé se usou de um arquivo histórico de fotos para a criação do mundo de sua obra. Foi apenas após o término do arco de história chamado "Os Charutos do Faró" que Hergé se uniu a Zhang Chongren e então escreveu "O Lótus Azul", uma das primeiras aventuras mais bem elaboradas de Tintim e considerada pelos críticos como a primeira obra prima de Hergé. Atingindo um enorme sucesso, Tintim foi então traduzido para mais de 50 idiomas. No entanto, nem tudo eram flores. Durante a época da Segunda Guerra Mundial, Hergé foi proibido de escrever suas histórias e o jornal no qual publicava foi fechado. Foi apenas após aceitar uma censura do partido nazista e a publicação de algumas de suas histórias no jornal "Le Soir", que era licenciado pelo partido, que Hergé conseguiu continuar com as aventuras de Tintim.


Tintim e sua trupe

No período em que a Bélgica foi tomada pela Alemanha, as obras de Hergé tinham certo diferencial em relação às obras anteriores, eram desprovidas de uma preferência política. Foi durante esse período que nasceram obras como "O Segredo do Unicornio", "A Estrela Misteriosa" e "O Tesouro de Rackham o Terrível", todas consideradas clássicos.
Após a II GM, a escassez do papel fez com Hergé montasse e abrisse seu próprio estúdio ("Studios Hergé"). Foi aí então que Tintim deslanchou. As aventuras tornaram-se coloridas e mais detalhadas, Hergé acreditava que suas histórias eram como filmes, como não tinham a fala e os movimentos, deveriam ser ricos em detalhes e deveria haver uma certa harmonia na escolha das cores. 
De 1958 a 1962 foi produzida a série "As Aventuras de Tintim de Hergé". Contou com 104 episódios de 5 minutos cada. Sofreu enorme crítica pois a qualidade da animação era muito baixa  e as histórias diferiam muito das histórias originais do herói. De 1991 a 1992 foi produzida a série "As Aventuras de Tintim", contou com 23 dos arcos de história criados por Hergé e teve 3 temporadas. Esta nova série contava com excelente trabalho de animação e técnicas excepcionais, que possibilitaram muitas a transposição de um quadro de um encadernado original de Tintim para os frames da animação. A série obteve um estrondoso sucesso e chegou a mais de 50 países.

Tintim e seu fiel companheiro Milu em imagem clássica da série

Aqui no Brasil Tintim foi exibido pela TV Cultura a partir dos anos 1990 e, como ao redor do globo, atingiu enorme sucesso entre as crianças. Para muitos, foi um herói que influenciou no caráter dos jovens, fosse na luta pela igualdade ou pela defesa dos mais fracos. Despertou em muitos o espírito investigativo devido às pesquisas que o repórter herói realizava para desvendar os mistérios de suas aventuras. O Fato é que Tintim marcou uma geração inteira. Neste mesmo ano saiu para as telonas uma adaptação de Tintim simplesmente chamado de "As Aventuras de Tintim". Supostamente será um trilogia, já que a Dreamworks comprou os direitos dos Estúdios Hergé para a produção de 3 filmes. Essa revitalização do repórter rendeu-lhe relançamento de sua grande série da década de 1990 em diversos canais, como o brasileiro TV Cultura e na HBO norte-americana. Espero que as crianças de hoje tenham a oportunidade de se emocionar e se divertir com as aventuras tão singulares de Tintim, que reuniam em um único desenho o toque do Hergé, a comédia, o horror, a aventura e o suspense.
Curiosidade: Em 2006 foi dado, pelo próprio Dalai Lama, ao personagem Tintim o prêmio Luz Verde em reconhecimento à história "Tintim no Tibet". Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.


Confira abaixo o vídeo de abertura original da série de 1990:
 

Uma remasterização da abertura feita pela HBO:















Tintim e Milu na versão do filme de 2012




terça-feira, 9 de outubro de 2012

Especial Criança Feliz (1990): A Pedra dos Sonhos

E aí arruaceiros! Hoje vamos falar de um desenho muito especial que marcou minha infância e acredito que a de muitos outros que na época eram amantes de coisas épicas e com temática fantasiosa. Trata-se de um dos maiores clássicos das animações e um dos mais queridos desenhos da época, tanto aqui no Brasil como lá fora.


A Pedra dos Sonhos (The Dreamstone) foi exibido pela TV Cultura no início da década de 1990 e atingiu grande sucesso. Sua produção se deu de 1990 a 1995 pela ITV, no Reino Unido. O desenho conta com 52  episódios de 22 minutos cada, divididos em 4 temporadas. O escritor e desenhista da série é Michael Jupp. Um detalhe muito interessante e que dá muito peso à série é a trilha sonora, toda realizada pela Orquestra Filarmônica de Londres.
A série se passa num universo paralelo em um mundo chamado "Sleeping World, algo como "Mundo Dormente", esse planeta é visto apenas por aqueles que nele acreditam. No mundo existe a Terra dos Sonhos, que é toda iluminada pelo Sol, e a Terra dos Pesadelos ou o lado escuro do planeta. A trama básica do desenho é a batalha entre esses dois lados, a batalha entre o bem e o mal. De um lado temos o mago Senhor dos Sonhos, que protege a Terra dos Sonhos e seus pacíficos habitantes, os Noops e os Wuts. Do outro lado temos Zordrak, o terrível, e os Urpneys (Trolhas, aqui no Brasil), seus vassalos.

Zordrak, o Senhor dos Pesadelos
 
O objetivo de Zordrak é roubar a Pedra dos Sonhos para assim mandar seus pesadelos pelo mundo todo, já que foi expulso do conselho dos "Fazedores dos Sonhos" pelo Senhor dos Sonhos, tornando-se assim, inimigo mortal do mago. Sempre que manda seus Urpneys (semelhantes a humanos porém comum nariz avantajado e uma cauda) algo dá errado. Seja por causa da covardia dos soldados ou pela inteligência um tanto escassa que possuem. Está também a mando de Zordrak o cientista chamado Biruta (Urpgor), responsável por construir as mais bizarras máquinas para atacar a Terra dos Sonhos.

Para proteger a Pedra dos Sonhos, temos os valentes Wuts, seres semelhantes a plantas, das quais retiram sua força e poder. São capazes de voar em folhas e possuem grande sabedoria. Os Noops são primos menores dos Wuts, são pequenos seres peludos e com pequenos chifres, eles são os habitantes mais populosos da Terra dos Sonhos. 
O personagem principal da série é Rufus, um noop bem atrapalhado e que vive sonhando acordado que logo no primeiro episódio é demitido. Sua melhor amiga, Ambarina (Amberley), lhe sugere que vá trabalhar com o mago Senhor dos Sonhos. Rufus consegue tornar-se ajudante do mago e acaba virando amigo da mascote do Senhor dos Sonhos, Albert, uma espécie de meio-cão meio-peixe, criado por obra do mago. Apesar de atrapalhado, sua característica de sonhar acordado lhe é muito útil por trabalhar com o Senhor dos Sonhos e demonstra também muita coragem, que várias vezes é colocada à prova quando dos ataques das forças de Zordrak. Pildit, o líder dos wuts, ensina Rufus e Ambarina a voar em folhas e muitas vezes os ajuda no combate a Zordrak. O líder dos trolhas é o Sargento Verruga (Sergeant Blob), sempre acompanhado por Frizz e Nug. Outros dois personagens interessantes são Zarag, a irmã de Zordrak, que é apaixonada pelo Senhor dos Sonhos e Patolas (Frazznats), um monstro que se alimenta dos urpneys que falham com Zordrak.

O Senhor dos Sonhos, Rufus e o mascote Albert


O fato é que A Pedra dos Sonhos deixou um gosto de "quero mais" aqui no Brasil. Apenas 2 temporadas foram exibidas pelo canal Cultura e alguns episódios foram lançados posteriormente em DVD.  Rede Record comprou os direitos do desenho mais tarde mas não atingiu o mesmo sucesso da TV Cultura. Infelizmente a série foi cancelada e não teve um final conclusivo. Esse desenho fez parte de um grupo seleto que marcou a geração de 1990, que cresceu com bons desenhos. Para mim, A Pedra dos Sonhos foi um marco nas animações pois, de certa maneira, introduzia um ambiente mágico, até épico, ao gênero dos desenhos animados infantis. Tenho certeza de que foi com esta série que muitas crianças começaram a adquirir certo gosto pelo mágico e fantasioso. Pelo menos no meu caso foi assim e o desenho significou muito, ainda tenho muito apreço por esta maravilhosa animação.
Duas curiosidades sobre A Pedra dos Sonhos: O personagem Rufus teve dois dubladores, Stuart Lock e mais tarde Christian Bale, o Batman. Apesar da trilha sonora da animação ter sido realizada pela Orquestra Sinfônica de Londres, a música tema na versão do CD foi interpretada por Ozzy Osbourne. Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.

Confira abaixo a versão em português da abertura e um pequeno pedaço do primeiro episódio de A Pedra dos Sonhos!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Especial Criança Feliz (1990): Bouli


E aí arruaceiros! Começo hoje com a sessão "Especial Criança Feliz" (1990). Até o dia 12, "Dia das Crianças", publicarei um programa infantil que marcou a década de 1990. Muitas crianças (eu incluso) cresceram assistindo muitos desenhos, alguns ficaram no esquecimento, outros ainda prevalecem nas memórias e outros até conseguiram voltar à ativa e conquistaram território dentre as animações atuais. Sem mais delongas, vamos dar início ao primeiro post!
Bouli, o Boneco de Neve

O escolhido para abrir a sessão é o simpático Bouli, o boneco de neve! Por se tratar de uma animação infantil o enredo era bem básico. A Lua magicamente deu a vida a Bouli e seus amigos, que também são bonecos de neve. Os personagens também são simples, seu nome é associado a um característica pessoal do mesmo, como Bouli Tênis (um jogador de Tênis) ou Bouli Bóia (Bouli que usa uma bóia de piscina). O personagem principal, chamado simplesmente de Bouli, nutre uma paixão pela Boulinete, que de nada sabe. 
O desenho foi dirigido por Denis Olivieri e era uma produção francesa que foi ao ar de 1989 a 1991 em vários países ao redor do globo. A série contou com 114 episódios de 5 ou 7 minutos. Aqui no Brasil foi exibido no início da década de 1990 no programa "Glub Glub" transmitido pela TV Cultura.
Bom, sem ter  arcos de história grandiosos ou aventuras estupendas, Bouli tinha a premissa de levar a mensagem da meta do personagem principal, que era a de fazer o bem a todos os seus amigos, sempre realizar boas ações, ser educado, pensar no próximo. Foi um desenho que esteve presente na infância de muitos, as pequenas lições de moral com certeza influenciaram a mentalidade de muitos dos adultos de hoje em dia. Os desenhos atuais perderam muito da inocência sem compromisso de alguns dos desenhos das décadas anteriores, mas Bouli é apenas um dentre os antigos desenhos que ainda mantinha uma característica gentil e inocente, como veremos nos posts vindouros. Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack. 


Confira um episódio completo de Bouli (O Episódio do Gênio)