Argal Espada Quebrada (parte III)
A
batalha pela Passagem de Durminiam começara com Argal e seus guerreiros
destroçando a linha de frente inimiga. Sua espada poderosa parecia carregar
consigo a força de um tufão, cada brandida levava ao chão vários de seus
inimigos, que tombavam pelas flechas e pelas espadas dos aliados. Após um dia e
meio de batalha incessante, Durminiam foi reconquistada e uma única ameaça
restava, a parte principal das forças goblinóides comandadas pelo próprio
Girck, que se encontravam na região pantanosa e além.
Com a Aliança Ocidental tendo
estabelecido as devidas defesas em Durminiam, o plano de Argal para expulsar os
goblinóides das terras ocidentais era simples e arriscado. O inimigo
provavelmente aguardava um ataque vindo de frente, direto da Passagem. A ideia
de Argal era contornar o local com embarcações rápidas e de pequeno porte. A
rota era assaz perigosa, pois diversas formações rochosas muito próximas uma da
outra dificultavam a navegação por aquelas águas. O plano de Argal era navegar
pela noite para poderem atacar com o raiar do Sol, o problema é que a visão dos
goblinóides era mais aguçada pela noite, o que se juntava a mais um dos perigos
na empreita.
Os navegadores eram habilidosos,
conseguiram guiar as embarcações entre as rochas com exímia destreza sem muitas
complicações, os deuses pareciam estar do lado da Aliança, além de nenhuma das
vinte embarcações atingir as pedras, uma densa névoa cobriu os bravos
guerreiros de Argal, fazendo-os imperceptíveis até mesmo para os goblinóides. Conseguindo
chegar até a parte traseira do acampamento inimigo, os aliados se esconderam e
aguardaram até o amanhecer. O ataque deveria ocorrer apenas após a investida do
exército ocidental, o ataque de Argal viria logo em seguida, causando surpresa
no inimigo.
Contendo sua fúria sempre crescente,
Argal aguardava junto de seus guerreiros. Ao raiar a luz do dia, a
monstruosidade do exército inimigo podia ser mais bem vista. Várias raças e
tribos goblinóides se juntavam naquele terreno, trolls e ogros preparavam suas
armas para a batalha iminente. Humanos também podiam ser vistos em meio às
tropas, mercenários não tinham causa ou motivo, apenas o dinheiro movia suas
espadas. Era impressionante que Girck tivesse conseguido reunir tudo aquilo e
montar um exército uno sob seu comando. Enquanto analisava o inimigo, Argal
notou uma pessoa em especial, Bereth Lärund se encontrava nas linhas inimigas,
aquele por quem procurara durante um ano sem descanso se encontrava a alguns
metros de distância e em breve sentiria o gosto de sua lâmina.
Fim da terceira parte...
En Taro Adún!
Jack.