Arruaceiros visitantes

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

REVIEWS: Los Amantes Pasajeros

  E aí arruaceiros! Desta vez falo sobre um filme europeu dirigido por um dos grandes diretores da atualidade, o grandíssimo Pedro Almodóvar!


Los Amantes Pasajeros (Os Amantes Passageiros / I'm So Excited)
Diretor: Pedro Almodóvar - 2013

  Depois de esperar muito (mas muito mesmo) para poder assistir esse novo trabalho daquele que nos trouxe "A Pele que Habito" (La Piel Que Habito, 2011), qual não foi meu imenso prazer ao poder "videar" tão esperada obra?! Pois bem, quem já assistiu a algum filme do diretor vai reconhecer claramente seu belo trabalho com as cores, que ajudam na narrativa e no tom da história, o humor característico e os personagens de caráter bem definido. Achei muito interessante e divertida também a brincadeira com alguns atores (Antonio Banderas e Penélope Cruz) no começo do filme, que não poderiam deixar de fazer parte de pelo menos alguns minutos de um filme de Almodóvar. Os protagonistas, os comissários de bordo, conseguem nos trazer do fundo da alma aquela risada gostosa com seus "trágicos" problemas pessoais, a interpretação com certeza não deixou nada a desejar, pelo menos para mim. Os atores são convincentes a ponto de fazer com que o espectador realmente se interesse à medida que vê o filme e veja tudo com uma maior naturalidade, por mais fantástica e estranha que pareça a situação, parece que tudo é natural e não meramente forçado.
  Diferente de A Pele Que Habito, que é um drama/suspense cinza e sombrio, Os Amantes Passageiros é uma comédia alegre e colorida. Até mesmo nos momentos mais pesados, diretor e elenco conseguiram arrancar sorrisos e gargalhadas da plateia da qual eu fazia parte (e não estou mentindo, realmente o povo riu muito durante o filme inteiro).
Com certeza não é um dos melhores trabalhos do diretor, mas é um filme que vale muito a pena se a intenção for se divertir e ver até onde chega o gênio desse que é um dos maiores diretores contemporâneos da atualidade. Na dúvida se deve ou não assistir? É Almodóvar! Com certeza seu nome e estilo já são um chamativo tremendo até mesmo para quem não é conhecedor de seus filmes.
  Sinceramente, gostei demais desse filme e recomendo com toda a certeza e sem medo de ser feliz! Uma ótima comédia sem compromisso!
Nota do Jack: 8,0

Trailer oficial do filme:

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

REVIEWS: V/H/S



  E aí arruaceiros! Hoje vou começar uma nova seção aqui na Taverna, falarei sobre alguns dos filmes mais recentes (e outros nem tanto assim) que assisti e/ou achei interessantes de se comentar. Pra começar essa sessão, vamos falar de V/H/S, um filme de 2012 com vários diretores diferentes.


Diretores: Matt Betinelli-Olpin, David Bruckner, Tyler Gillet, Justin Martinez, Glenn McQaid, Joe Swanberg, Chad Villella, Ti West, Adam Wingard.  


  É... Quando descobri esse filme eu achava que seria foderoso, de dar cagaço até no mais machão dos machões, que Steven Seagal esboçaria uma expressão diferente. Pois é, hype alto com filme de terror dá nisso: decepção. O conceito do filme é interessantíssimo, várias fitas de vhs contendo histórias diferentes que são vistas por jovens que se enfiam em uma casa aparentemente abandonada. Além de termos essa historinha dos caras assistindo fitas, temos as histórias das próprias fitas, que é onde se passa a maior parte do filme. Uma ou talvez duas partes do filme me fizeram achar que ia pular de susto ou algo assim. Não aconteceu. Nota-se claramente a diferença do "approach" que os diretores deram a seus respectivos curtas no filme, bem como seus estilos diferenciados. Algumas histórias fracas, outras sem nexo algum, outras com terror ZERO.
  Acho que o IMDb foi bonzinho demais ao dar 5,7 para esse filme. Minha nota para ele seria um 4 no máximo! E olha que é só por causa do conceito, que é interessantíssimo. Filme que não recomendo para ninguém, apenas se for um aficionado por horror e quiser sentir o horror de ter assistido algo ruim como isso! Se forem assistir, prestem atenção à história "principal" dos jovens assistindo as fitas na casa, atentem-se aos detalhes, que é onde mora o terror de quase todo o maravilhoso gênero do horror. Isso é tudo arruaceiros!
Nota do Jack: 3,7

En Taro Adún!
Jack. 
Trailer internacional de V/H/S:

 
 



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sessão Aetheria: Breve Resumo da Vida de Argal Espada Quebrada Conclusão

Argal Espada Quebrada (conclusão)


Os ocidentais sentiram-se motivados após verem seu líder, Argal, lutar contra Bereth Lärund, temível guerreiro de Aetheria, e vencê-lo com maestria e bravura. Derrotaram o restante do exército goblinóide e expulsaram a ameaça de suas terras. Percebendo a ausência de seu comandante, os homens que lhe haviam jurado lealdade e o acompanhavam fielmente desde os Campos Selvagens saíram em sua busca. Após passar uma tarde inteira procurando por Argal, chegaram até a clareira que o abrigou. Lá estava ele, sentado com uma mão em sua espada embainhada que se encontrava encravada no chão, logo ao seu lado. Ele olhava em direção ao horizonte com uma expressão serena e tranquila. A vida abandonara seu corpo, porém uma aura de extrema paz e grandeza cativante imperava no local.
Os homens que encontraram seu líder voltaram para avisar seus irmãos, quando retornaram ao local, o corpo de Argal havia desaparecido. Sua espada ainda estava lá, encravada no chão. Procuraram mais uma vez pelo corpo nas redondezas sem êxito. Desistindo da busca, tentaram retirar a espada, tão firmemente colocada estava ela que foram necessário três homens fortes para retirá-la de lá. Naquela mesma noite realizaram os ritos fúnebres e ergueram suas taças em honra a Argal Aran e sua vitória, bem como a seus irmãos caídos na guerra.
Chegada a hora de retornarem para seus lares, os bravos companheiros de Argal decidiram se estabelecer naquelas terras. Acreditavam que seu líder havia apenas ido batalhar em outras guerras e deixara sua espada para que a cuidassem e a ele a devolvessem quando chegasse a hora. Nomearam-se Aranis e se tornaram o povo guardião da passagem para o Ocidente. Aqueles que presenciaram a épica batalha entre Argal e Bereth começaram a usar o nome de “Argal Espada Quebrada”, como ficou conhecido aquele que se tornou um deus. Uma floresta cresceu a partir da clareira de Argal, a qual foi denominada de Floresta da Bravura, escondendo o leito final do bravo líder do clã Aran dos olhos do mundo e dos próprios Aranis. A espada de Argal foi escondida pelos primeiros guerreiros da nova tribo e nunca mais foi encontrada. A lenda da majestosa espada perdeu-se pelo tempo e apenas os mais velhos aetherianos e alguns poucos sábios sabem dos eventos daquela Guerra Goblinóide e dos feitos de um dos maiores guerreiros que Aetheria já teve. Onde quer que haja bravura, coragem e o desejo pela aventura, a aura mítica de Argal dá forças para aqueles que buscam vencer sua própria grande batalha.

Fim do breve resumo da vida de Argal Espada Quebrada.

En Taro Adún!
Jack.


Dica de música enquanto estiver lendo a conclusão da saga de Argal Espada Quebrada!


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sessão Aetheria: Breve Resumo da Vida de Argal Espada Quebrada Parte VI


Argal Espada Quebrada (parte VI)

Tudo que se passou foi rápido demais. Argal observou seus irmãos batalhando contra os inimigos, viu jovens que deveriam ainda ser aprendizes lutando por suas terras, suas vidas. Viu os cadáveres de seus aliados e companheiros, tombados durante o confronto. Olhou como o Sol se erguia imponente perante tudo o que acontecia, os campos do vale cobertos de sangue, as árvores dançando ao som da batalha e o toque do vento. As ondas do mar que podiam ser ouvidas ao longe quando batiam contra as rochas e o sussurro dos grandes espíritos que guiavam seu coração na batalha pela honra. O Sol mantinha-se no topo como um grande senhor que observava tudo como se não fosse uma guerra, mas sim um espetáculo no qual os pequenos homenzinhos lá embaixo brigavam uns contra os outros, como formigas lutando por comida.
            Bereth Lärund percebeu a desatenção momentânea de seu adversário e avançou com suas espadas desferindo um poderoso golpe, Argal deixou seu corpo cair para um lado, desviando-se do golpe de seu inimigo. Dando um chute nas pernas de Bereth, fez com que o mesmo fosse ao chão. Levantando-se com um salto, chutou para longe uma das espadas negras e tentou encravar sua espada prateada no peito do oponente, que girou para o lado escapando do golpe e se levantando. Os dois guerreiros entreolharam-se, a ferida de Argal já não doía mais como minutos atrás apesar do sangue continuar saindo. Bereth pulou com todas suas forças em sua direção empunhando sua espada com as duas mãos, seus braços fortes e treinados atingiriam o alvo com força total. Argal tomou sua espada com ambas as mãos e se defendeu do golpe, o choque das armas trovejou. Um clarão iluminou brevemente o campo de batalha. Um pedaço de lâmina prateada caía do alto e se encravava na terra.
            Bereth sentia uma dor aguda percorrer um de seus braços, um enorme racho era visível em sua lâmina. A batalha entre os dois sobre humanos estava em seu clímax, os próximos instantes determinariam o final do embate. Empunhando sua espada negra com apenas um braço, Bereth Lärund se preparava para prosseguir com o duelo. Argal recolheu o pedaço de sua lâmina e o depositou em sua bainha.
            Os dois guerreiros se encaravam, o duelo continuava incessante em suas mentes, ambos aguardavam por uma brecha, qualquer uma, para desferir o próximo golpe. Atacaram ao mesmo tempo e trocaram alguns golpes. Apesar de seus ferimentos, Argal atacava vigorosamente e com uma força sem igual, cada golpe fazia com que Bereth dobrasse as pernas para conseguir se manter em pé. Percebendo isso, mesmo que de forma sutil, Argal forçava cada vez mais seu adversário. Os ataques eram tomados por uma fúria incandescente e inabalável, a sucessão de golpes foi tão devastadora que fez com que Bereth caísse de joelhos, soltando um grito tão forte que pôde ser ouvido  nas profundezas da floresta encantada de Ilinrada, no mais escondido dos salões anões em Tardä e pelo Deserto das Lágrimas.
Bereth Lärund, o último membro da extinta organização dos Mercenários da Sombra, atual líder da Guilda da Lâmina Negra, olhava com assombro para o gigante que brandia a espada em sua direção. A cabeça do mercenário caía no campo de batalha com um baque seco. Os soldados, pasmados, observavam a cena lendária que se desenrolava perante seus olhos.
Argal viu o corpo de seu arqui-inimigo tombar desprovido de vida, a batalha pareceu ter silenciado por alguns segundos. Embainhando o que restava de sua espada quebrada, começou a caminhar entre os guerreiros que combatiam incessantemente. Olhava para frente, como se houvesse algo além do horizonte, sua face não aparentava expressão alguma. Afastando-se da batalha, chegou até uma clareira aberta no meio do campo, pela maneira como a vegetação crescia ali, dentro de alguns anos um pequeno bosque surgiria naquele lugar. Em sua mente, pensamentos sobre suas batalhas corriam soltos. Pensava no Sol e na guerra, pensava no Ocidente livre e em seus irmãos. Pensava no futuro de Aetheria e no seu próprio. Mesmo com a guerra que acontecia a poucos metros, a paz que reinava no lugar chegava a ser sobrenatural.
Começou a observar sua espada quebrada e em como a conseguira, o significado por trás daquilo tudo. Um sorriso se abriu em seu rosto inexpressivo até então. Um sentimento tomava conta de sua mente, uma sensação percorria seu corpo. Aquilo pelo que buscara durante toda sua vida finalmente lhe chegara, mesmo não podendo descrever ele conseguia senti-lo. A glória pela qual batalhara até então fora alcançada. Argal Aran sabia que poderia finalmente descansar com honra.

Fim da sexta parte...

En Taro Adún!
Jack.

Dica de música enquanto estiver lendo a sexta parte da saga de Argal Espada Quebrada!