Arruaceiros visitantes

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sessão Aetheria: Breve Resumo da Vida de Argal Espada Quebrada Parte III


         Argal Espada Quebrada (parte III)

          A batalha pela Passagem de Durminiam começara com Argal e seus guerreiros destroçando a linha de frente inimiga. Sua espada poderosa parecia carregar consigo a força de um tufão, cada brandida levava ao chão vários de seus inimigos, que tombavam pelas flechas e pelas espadas dos aliados. Após um dia e meio de batalha incessante, Durminiam foi reconquistada e uma única ameaça restava, a parte principal das forças goblinóides comandadas pelo próprio Girck, que se encontravam na região pantanosa e além.
            Com a Aliança Ocidental tendo estabelecido as devidas defesas em Durminiam, o plano de Argal para expulsar os goblinóides das terras ocidentais era simples e arriscado. O inimigo provavelmente aguardava um ataque vindo de frente, direto da Passagem. A ideia de Argal era contornar o local com embarcações rápidas e de pequeno porte. A rota era assaz perigosa, pois diversas formações rochosas muito próximas uma da outra dificultavam a navegação por aquelas águas. O plano de Argal era navegar pela noite para poderem atacar com o raiar do Sol, o problema é que a visão dos goblinóides era mais aguçada pela noite, o que se juntava a mais um dos perigos na empreita.
            Os navegadores eram habilidosos, conseguiram guiar as embarcações entre as rochas com exímia destreza sem muitas complicações, os deuses pareciam estar do lado da Aliança, além de nenhuma das vinte embarcações atingir as pedras, uma densa névoa cobriu os bravos guerreiros de Argal, fazendo-os imperceptíveis até mesmo para os goblinóides. Conseguindo chegar até a parte traseira do acampamento inimigo, os aliados se esconderam e aguardaram até o amanhecer. O ataque deveria ocorrer apenas após a investida do exército ocidental, o ataque de Argal viria logo em seguida, causando surpresa no inimigo.
            Contendo sua fúria sempre crescente, Argal aguardava junto de seus guerreiros. Ao raiar a luz do dia, a monstruosidade do exército inimigo podia ser mais bem vista. Várias raças e tribos goblinóides se juntavam naquele terreno, trolls e ogros preparavam suas armas para a batalha iminente. Humanos também podiam ser vistos em meio às tropas, mercenários não tinham causa ou motivo, apenas o dinheiro movia suas espadas. Era impressionante que Girck tivesse conseguido reunir tudo aquilo e montar um exército uno sob seu comando. Enquanto analisava o inimigo, Argal notou uma pessoa em especial, Bereth Lärund se encontrava nas linhas inimigas, aquele por quem procurara durante um ano sem descanso se encontrava a alguns metros de distância e em breve sentiria o gosto de sua lâmina.

Fim da terceira parte...

En Taro Adún!
Jack.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Sessão Aetheria: Breve Resumo da Vida de Argal Espada Quebrada Parte II

Argal Espada Quebrada (parte II)

            Após 11 anos, Argal Aran retorna em uma pequena embarcação e desembarca em Ämart. O manto todo rasgado e em movimento devido ao vento, tentava, sem sucesso, esconder o físico agora avantajado. Os músculos deixavam entendido que, onde quer que tenha estado, Argal passara por um rigoroso treinamento.
            Aetheria havia mudado pouco na ausência de Argal, o único acontecimento que se sobressaía seria uma aparente reunião de goblinóides, que se juntavam próximos às terras ocidentais. Parecia que a última Guerra Goblinóide ainda se encontrava fresca na memória dos derrotados. Mesmo com essa provável ameaça apenas um objetivo se fazia presente na mente de Argal, terminar de uma vez por todas sua querela com Bereth Lärund. Após um pequeno descanso e resoluções políticas sobre a liderança do clã Aran, Argal parte em uma nova jornada em busca de seu rival.
          Durante sua viagem, Argal descobrira que os goblinóides realmente estavam se juntando baixo apenas um estandarte, Girck, o Manco. Em um ano de busca incessante sem sucesso, decide voltar para suas terras natais a fim de combater a ameaça goblinóide que se abatera sobre a vida de seus compatriotas. Chegando a Ämart, percebe que o andar das coisas não ia bem, os goblins pareciam levar uma vantagem cada vez mais crescente sobre a Aliança Ocidental. A Terceira Guerra Goblinóide eclodira há pouco menos de um ano, quando Argal estava fora. Tomando as rédeas da situação e a liderança do clã Aran, parte em direção ao local da batalha nos Campos Selvagens. Bem próximo a seu destino, uma peleja era travada, soldados e camponeses pereciam. Muitos corpos imóveis jaziam jogados ao léu, crianças, mulheres, idosos e jovens. A fúria que tomava conta de Argal crescia a cada instante, finalmente encontrando o restante dos bravos homens que ainda lutavam contra os goblinóides, lança-se violentamente sobre os inimigos, esmigalhando-os sem qualquer baixa. Os sobreviventes do massacre juraram lealdade a Argal até o fim de suas vidas e se juntaram à sua tropa com o fim de vingar seus entes queridos e lutar por seu lar, que havia sido destroçado pelos goblins.
            Finalmente Argal e seus guerreiros se juntam ao acampamento principal da Aliança no dia seguinte. Já instalado, participa do conselho de guerra junto aos comandantes. Atravessando a Passagem de Durminiam, sob controle do inimigo, encontrava-se o acampamento goblinóide. Argal tomou como missão pessoal a retomada da Passagem. Com ele iriam os guerreiros do clã Aran que lhe acompanhavam e os sobreviventes do massacre dos Campos Selvagens.
          Os goblins estavam organizados e bem estabelecidos na passagem A estratégia que usaria para reconquistar Durminiam consistia em posicionar arqueiros de cada lado formando um corredor mortal para seus inimigos. Argal, munido de alguns de seus bravos companheiros, atacaria pela própria passagem de modo a criar distração para o posicionamento dos atiradores, que chegariam ao local designado por meio de passagens secretas, criadas em tempos mais antigos, para esse tipo de situação. As passagens eram subterrâneas e se localizavam nas proximidades das montanhas. 


Fim da segunda parte...

En Taro Adún!

Jack.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Marble Hornets

  E aí arruaceiros! Mais uma vez trago a vocês uma web série de horror que faz considerável sucesso já há alguns anos, falo de Marble Hornets!


    Marble Hornets é uma série baseada na lenda urbana do Slender Man e é publicada periodicamente no youtube ao melhor estilo "found footage" (como A Bruxa de Blair) e começou a ser lançada em 2009, até agora conta com 67 vídeos (episódios). Falando da história temos Brian, um jovem estudante de cinema que  dirige um filme chamado Marble Hornets (daí o nome da série) até a hora em que se dão estranhos acontecimentos, como um homem que o persegue e observa à distância, levando-o a um estado de paranóia e nervosismo constante, o qual acaba descontando em sua equipe. Como consequência da paranóia, Brian começa a filmar seu dia a dia a fim de capturar seu estranho perseguidor em algum momento. Passa algum tempo até Brian desistir por completo de seu projeto e então, devido a amizade, deixar as fitas filmadas com seu amigo Jay, que se torna então o protagonista/narrador do seriado. Cada um dos episódios de Marble Hornets é uma "entrada" de vídeo, à medida que Jay descobre coisas novas, seja nas fitas deixadas por Brian ou conduzindo uma investigação à parte, publica-as em seu canal no youtube e nos conta suas descobertas. 



  A trama da série envolve diversos personagens como os próprios Jay e Brian, o amigo Tim, o misterioso "Masky" (máscara) que ataca Jay em alguns momentos, o misterioso "Hoody" (encapuzado) que não demonstra suas intenções e o próprio Slender Man, aqui conhecido como "The Operator". 

  Uma coisa interessante em relação às postagens de Jay em seu canal é que temos também respostas a alguns de seus vídeos, trata-se de vídeos postados por alguém identificado apenas por totheark, cuja identidade ainda gera muitas especulações. Muitos dos vídeos de totheark são ameaças, previsões ou apenas intimidações a Jay, dizendo-lhe que está sendo observado.
 A série ainda não foi finalizada e parece que ainda haverão muitos episódios para desvendarmos os mistérios de Marble Hornets. Conhecida como a líder das "Cinco Grandes" na criação e veiculação das lendas urbanas, consegue levar até o espectador sustos dignos de pulos com sua simplicidade. Os defeitos causados a aprelhos eletrônicos quando da presença do Operator são muito bem feitos e os cenários não deixam nada a desejar. Podemos contar também com atuações muito convincentes, com destaque para Tim Stutton, um dos principais personagens da série. Dica do taverneiro para o arruaceiro que curtiu Slender e gosta de uma boa série de horror! Isso é tudo arruaceiros!

En Taro Adún!
Jack.

Vejam aqui o primeiro vídeo da série Marble Hornets:


E aqui o primeiro vídeo de totheark, que é uma resposta ao nono vídeo de Jay, Entry #9:



Links para os canais: Marble HornetsTotheark e há também mais um canal, o qual está decodificando os vídeos deixados por totheark, o TTADecoded.




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sessão Aetheria: Breve Resumo da Vida de Argal Espada Quebrada

E aí arruaceiros! Com este post eu proclamo o retorno do material que eu mesmo escrevo para meu cenário de RPG e contos! Para aqueles que sentiram falta e para aqueles que estão conhecendo a Taverna agora, espero que gostem e se tiverem alguma crítica, sugestão ou observação peço que o coloquem nos comentários abaixo!
Argal Espada Quebrada é um dos deuses de Aetheria. O Deus da Bravura e dos aventureiros não nasceu já sendo uma divindade, como a maioria dos personagens do Panteão Aetheriano, ele adquiriu as qualidades e poderes que lhe conferiram o status de deus. Aqui vai um breve resumo de sua história passada pelos sábios  seguidores do valoroso Argal no continente de Aetheria.


Argal Espada Quebrada

        Argal nasceu mortal, proveniente de Ämart, veio do berço de uma família abastada de nobres guerreiros. Condicionado desde muito criança a tornar-se mais um guerreiro na família, ele acaba por tornar-se o mais forte do clã. Inconformado por não encontrar adversário à sua altura organiza um grande torneio na cidade capital, o prêmio seria um par magnífico de espadas confeccionadas por um antigo e renomado ferreiro. Argal vence o torneio e, após um mês ponderando sobre o que fazer, decide partir em uma viagem de auto aperfeiçoamento e busca por adversários mais fortes.
            Viajando por um longo tempo visitou o lar dos mais fortes guerreiros e venceu a todos que desafiou ou então lhe desafiaram. Não encontrando o que procurava no ocidente ou nas terras desérticas orientais, decidiu partir em direção ao extremo oriente. Lá enfrentou criaturas sombrias, provindas do mais profundo e escuro abismo, poderosos nigromantes guerreiros e campeões do escuro. Em alguns casos a vitória se fez improvável, o que acarretou na fuga de Argal. Em sua jornada, enfrentou e derrotou a cada um dos integrantes da mais poderosa e temida organização da época, Os Mercenários da Sombra. Tal fato fez com que sua cabeça ficasse a prêmio e fosse caçado por muitos caçadores de recompensas. Foi perseguido implacável e ferozmente por um formidável oponente, Bereth Lärund, o último remanescente da organização. Argal se refugiou no Oásis de Garland, situado no Deserto das Lágrimas. De lá, conseguiu escapar até Deránn, onde se recuperou de ferimentos e se equipou devidamente para a próxima batalha. De maneira a pagar pelo auxílio que lhe fora prestado, promete fazer parte da escolta da embarcação dos mercadores que lhe ajudaram, seria uma rápida viagem de Gallae para Guerünga.
            Tudo corria bem na viagem até estarem próximos a seu destino, o reino de Guerünga. Bereth Lärund descobrira sobre a escolta e se antecipara a Argal, preparando então uma armadilha para capturá-lo e então executá-lo. Assim que estivessem próximos a Laranei, Bereth cercaria a embarcação de Argal e o levaria até o Quadrilátero da Ventania, local no qual tomaria a nau e a vida de seu inimigo jurado. Por desdita obra do acaso, uma tempestade fez com que as embarcações fossem arrastadas para longe do continente e se chocassem uma com a outra. Apenas alguns sobreviventes conseguiram chegar até a costa de Guerünga, Bereth incluído. O corpo de Argal não foi encontrado.

Fim da primeira parte...

En Taro Adún!
Jack.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Old School Heroes: Space Ghost

E aí arruaceiros! Desta vez falaremos de um dos ícones do mundo dos super heróis, ele pode não ser propriamente um herói de HQ mas certamente deixou sua marca nas páginas da DC. Falo dele, o espectro que protege a galáxia, Spaaaaaaaaaaaaaaace Ghoooooooooooost!!



 Space Ghost foi criado originalmente em 1966 pelos famosos estúdios Hanna-Barbera e seu programa se chamava Space Ghost and Dino Boy. O programa se dividia em duas partes, uma era a do nosso justiceiro das galáxias e a outra sobre o garoto perdido no vale dos dinossauros (Dino Boy in the Lost Valley), os dois desenhos não tinham relação alguma. Voltando ao nosso herói, O desenho que foi ao ar de 1966 a 1968 com 42 episódios fez tal sucesso que rendeu ainda uma segunda série anos mais tarde: Space Stars. A nova série que estreou em 1981 contava com alguns vilões a mais do que na série original de 1966 e teve 22 episódios.



Os companheiros de Space Ghost eram os irmãos Jace e Jane, juntamente do macaco Blip. Os vilões clássicos e recorrentes do justiceiro galáctico eram o louva-a-deus Zorak, a criatura de lava dentro de uma roupa espacial Moltar, o ser felino Brak, o senhor das máquinas Metallus, a Viúva Negra também conhecida como Mulher Aranha. Dentre outros vilões com os quais nosso herói lutou. Os super poderes de nosso herói vem diretamente de sua roupa e de seus braceletes de poder, que lhe conferem super força, a capacidade de voar, invisibilidade, campo de força que serve como escudo, teleporte, e uma série de poderes a mais, como raio anti-matéria ou super velocidade, provenientes dos braceletes. Space Ghost também contava com sua nave, o Cruzador Fantasma.



Após alguns anos esquecido nas profundezas, o herói foi resgatado pelo canal Cartoon Network em 1994 e ganhou seu novo programa ao melhor estilo "talk show", Space Ghost de Costa a Costa (Space Ghost From Coast to Coast). Tratava-se de um talk show realmente, Space Ghost entrevistou várias celebridades como Jim Carrey, Björk e até mesmo Pelé. O programa era recheado de comédia, boa parte vinda dos assistentes do herói: Zorak, Moltar e Brak. Seus antigos parceiros no combate ao crime, or irmãos Jace e Jane, também eram aparições recorrentes em alguns episódios. Space Ghost de Costa a Costa continuou até 2004, tornando-se o mais antigo programa do famoso segmento do Cartoon Network, o Adult Swim. O programa continuou em 2006 no canal de animção do GameTap, um canal de videogames francês, e chegou ao seu fim em 2008.



Space Ghost fez participações em outros desenhos e programas e revistas em quadrinhos, mas o lugar onde se pode dar um maior destaque no pós "Costa a Costa", poder-se-ia dizer que foi na HQ publicada pela DC Comics em 2004 e escrita por Joe Kelly, ilustrada por Ariel Olivetti e arte de capa feita por ninguém menos do que Alex Ross. A revista em 3 edições chamada simplesmente de "Space Ghost" conta a história e origem de Thaddeus Bach, que após uma série de eventos e traições viria a ser conhecido pelo prenome do justiveiro galáctico. Há inclusive a aparição de um dos mais clássicos inimigos do herói, Zorak, que tem um tratamento muito mais sério e até mesmo violento do que no desenho de 1966. Thaddeus Bach, já usando seu traje de combate ao crime, encontra os irmãos órfãos que viriam a ser seus companheiros na luta contra o mal, Jace e Jane.



Uma das últimas aparições de Space Ghost foi em um episódio de Batman: The Brave And The Bold ("Batman: Os Bravos e Destemidos", aqui no Brasil), no qual se alia ao homem morcego para combater o Rei das Criaturas. Um detalhe interessante é que o dublador original da série de 1966 voltou para dar vida a Space Ghost mais uma vez.
Fato é que Space Ghost marcou uma geração que cresceu assistindo suas aventuras. Talvez não tenha sido nem a minha, mas tive a sorte de tê-lo conehcido e fico muito grato por isso. Um marco no mundo dos super heróis "old school", acabou ficando nas sombras e no esquecimento, salvo seu programa humorítstico, que também é excelente, e as tímidas aparições como super herói de fato em outras animações. Particularmente eu adoraria ver uma nova série animada de Space Ghost como um herói das galáxias, quem sabe até mesmo se utilizando da origem dada para ela pela DC na HQ de 2004! Seria ótimo e creio que revitalizaria o mundo dos heróis animados, que acabam por se tornar enfadonhos ou até mesmo um fracasso, devido ao grande número de reboots e remakes que temos por aí. Diversos Batman, Liga da Justiça, Homem-Aranha, etc. Vou então encerrar por aqui este post que se alongou devido ao meu sentimento de nostalgia, carinho e apreço que nutro pelo herói, vou ali ler minha HQ Space Ghost pela enésima vez! Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.


A abertura brasileira da série original de Space Ghost

   

O episódio de Batman: The Brave and the Bold - Space Safari, com participação especial de Space Ghost:





segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Old School Heroes: O Sombra

                 Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos? - O Sombra sabe!

E aí arruaceiros! E vamos falar agora sobre mais um dos heróis que fez história nas Comics, falaremos daquele que tem como maior aliada a escuridão, falo de O Sombra.

Walter B. Gibson, criador de O Sombra

Criado em 1930 pelo mágico Walter Brown Gibson sob a alcunha de Maxwell Grant, as aventuras do herói originalmente foram transmitidas por um programa de rádio. O programa tornou-se realmente realmente conhecido a partir de 1937, quando era apresentado e narrado pelo ator Frank Readick Jr. com a frase: "Quem sabe que maldade espreita o coração dos homens? O Sombra sabe!" (Who knows what evil lurks in the hearts of men? The Shadow knows!). Readick deu ao programa, com sua voz, o tom misterioso de que tanto precisava. Ao longo de sua existência na radio difusão, O Sombra foi interpretado por muitos atores, dentre eles Orson Welles, que interpretou o herói até 1938. Outra personagem de importância que apareceu na série nessa mesma época foi Margo Lane, companheira do herói na resolução de crime e aquela por quem Lamont Cranston, O Sombra, nutre certo sentimento. O programa de rádio durou até 1954.

Orson Welles como O Sombra

Durante toda sua existência no rádio, O Sombra contou com vários escritores que produziam verdadeiros romances, dentre eles um dos mais notórios foi, com certeza, Walter B. Gibson, que usou o pseudônimo de Maxwell Grant. Com o passar do tempo, o personagem foi adquirindo as características pelas quais o conhecemos hoje em dia. Ganhou uma identidade secreta como o milionário Lamont Cranston, cujo passado tomou diversas formas através dos anos. As pessoas que por ele haviam sido salvas "deviam-lhe a vida", dessa forma, tornavam-se seus agentes, os quais deveriam acatar com as ordens do Sombra sem questionamento algum. Alguns super-vilões, cientistas loucos, reis do crime e assassinos também apareceram, dentre eles os notórios Shiwan Khan e o Black Tiger (vilão de uma das séries).



Apesar de ser considerado o mocinho nas histórias, seu comportamento nunca o levou a ser considerado nem herói nem vilão. O Sombra tinha características vilanescas em si mesmo, ele não era propriamente um "herói", mas sim, uma espécia de anti-herói vindo de filmes noir. Com suas roupas negras (casaco, capa e chapéu), o cachecol vermelho cobrindo-lhe metade do rosto e a característica que não pode ser esquecida, o nariz aquilino. Um outro detalhe interessante que não deve ser esquecido é sua habilidade de modificar seu rosto a fim de ficar irreconhecível quando está combatendo os criminosos, algo que é demonstrado muito bem no filme estrelado por Alec Baldwin em 1994. Para travar sua batalha contra o crime ele se usava de duas pistolas calibre .45 e, acima de tudo, seus incríveis poderes hipnóticos aprendidos no Oriente. O Sombra é considerado um grande manipulador da mente humana, atuava sempre à noite e conseguia até mesmo "desaparecer" da vista de seus inimigos misturando-se às sombras com o uso de suas habilidades hipnóticas.

Edição número 1 de The Shadow na DC Comics

Sendo considerado por muitos como um dos marcos dos super heróis, O Sombra iniciou seu combate ao crime no rádio, passou para as revistas de mistérios, ganhou sua própria HQ, teve várias adaptações para filmes e curta-metragens, bem como algumas séries. As mais notáveis são a adaptação "The Shadow" (filme serial com 15 ca´pítulos), de 1940, estrelada por Victor Jory e o longa metragem "The Shadow", de 1994, com Alec Baldwin. Muito tem se falado ultimamente sobre uma nova adaptação para o cinema ou até mesmo uma série televisiva. O diretor Sam Raimi, que era o encarregado da nova produção, diz que até então não há um script adequado para um longa e por esse motivo o filme não será feito.

Cartaz do filme de 1994

O Sombra é um dos ícones do mundo dos super heróis. Pelo que me lembro, sua última aparição de peso foi no filme de 1994, no qual duelou magistralmente contra Shiwan Khan em uma das mais intensas batalhas hipnóticas na história dos filmes. É certo dizer que este misterioso personagem serviu de forte influência  para muitos dos mais populares heróis como o próprio Batman, o anarquista "V" (V de Vingança), o Arqueiro Verde e o Besouro Verde. Todos esses heróis se assemelham ou ao próprio Lamont Cranston, alter ego de O Sombra, ou ao modus operandi do herói.



Fica aqui então o post sobre mais um dos mais legais personagens já criados que acabaram, tristemente,  ficando no esquecimento. Particularmente, gostaria muito que este combatente ao crime fosse revivido e ressurgisse das sombras, de onde nos vigia e protege sem descanso. Um dos maiores e influentes ícones das HQ's e imaginário não deveria permanecer no limbo por tanto tempo quanto este permaneceu. Isso é tudo arrruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.

Trailer do filme The Shadow, de 1994. Universal Pictures, direção de Russel Mulcahy.







The Shadow knows...




sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Espcial Criança Feliz (1990): Os Animais do Bosque dos Vinténs

E aí arruaceiros! Chegamos ao último post do Especial Criança Feliz (1990). Para fechar com chave de ouro vamos falar de uma das melhores animações exibidas no milênio passado, aquela que muitas vezes foi criticada por sua dureza e aspereza dos episódios. Falo de Os Animais do Bosque dos Vinténs.


Originalmente uma série de livros escritos por Colin Dann com o mesmo nome (The Animals of Farthing Wood, em inglês). A adaptação para a TV sofreu ligeiras mudanças em personagens ou acontecimentos, mas nada que denigra o desenho animado e o deixe inferior aos livros. A animação foi produzida e exibida de 1992 a 1995 no Reino Unido e demais países europeus, criação dos estúdios Telemagination (Londres) e La Fabrique (Montpellier), contou com 39 episódios divididos em 3 temporadas. Aqui no Brasil a série foi exibida mais uma vez pela TV Cultura de 1993 a 1999, período no qual obteve grande sucesso. A dublagem da série ficou a cargo do grande estúdio Álamo, que novamente realizou trabalho ímpar.

Capa do primeiro livro de Colin Dann

A trama base da série é que os humanos invadem o Bosque dos Vinténs para construir suas casas, despojando assim os animais de sua morada. Com a ameça iminente, os animais realizam uma assembléia, na qual o Sapo, desaparecido há muito tempo, retorna e sugere que eles se mudem para uma reserva, o Parque da Corsa Branca (ou Parque do Cervo Branco, dependendo da tradução). Acatando a sugestão do Sapo, os animais elegem Raposa como líder do bando e, a fim de manter a ordem do grupo até chegarem ao seu destino, os animais fazem o antigo Juramento da Proteção Mútua, no qual os animais se comprometiam a não comer uns aos outros e se proteger das adversidades que porventura encontrariam. Tendo o Sapo como guia até o tão desejado Parque e a Raposa como líder da comitiva, os animais partem do Bosque dos Vinténs e embarcam em uma aventura repleta de... Surpresas.

Os animais em assembléia na toca do Texugo


Em sua jornada até o Parque da Corça Branca, os animais encontram diversos predadores selvagens, rodovias humanas muito perigosas, rios de correnteza extremamente forte, enfim, encontram muitas provações em sua grande viagem. Quando chegam finalmente ao Parque, muitos dos que haviam partido do Bosque dos Vinténs não mais se encontravam no bando. Muitos pereceram pelo percurso, fosse atropelado por um carro ou devorado por algum predador de fora do bando, o fato é que nem todos conseguem terminar a viagem. Já no Parque da Corça Branca, tem início a segunda temporada do desenho, na qual os animais do Bosque dos Vinténs entram em conflito com os animais do Parque por causa de território, fosse por motivo de espaço ou de caça. A terceira temporada, ainda inédita aqui no Brasil, trata dos animais estabelecidos há certo tempo no Parque que devem proteger o mesmo da invasão do rato Bully e seu "exército" de ratos. Detalhe para esta terceira temporada, que foi duramente criticada pelos fãs pela mudança no traço e qualidade do desenho, tendo adquirido um ar mais cartunesco para melhor se aproximar do tipo de desenho que as crianças assistiam naquela época, o que foi um erro, já que muitos dos personagens foram descaracterizados e ganharam "qualidades humanas".

Raposa e Cicatriz em seu duelo pela paz no Parque da Corça Branca

Animais do Bosque dos Vinténs se destacou entre os demais desenhos por um simples motivo: por meio das duras e cruéis adversidades encontradas pelos animais em sua jornada que ensinavam às crianças da década de 1990 as verdades da vida. A primeira e a segunda temporada foram grandemente aclamadas e criticadas por suas lições. Uma das críticas era que o desenho apresentava cenas muito fortes para o público ao qual se destinava, coisa que talvez ficasse na sombra com tamanhas lições que o mesmo público receberia. A união de diferentes etnias de pessoas em prol de um bem comum,  a superação de diversos obstáculos na vida e o apelo às emoções do público, esses foram pontos diretamente ligados à série que a levaram à primeira posição aqui na Taverna. O lugar que tal desenho animado ocupou nas mentes e corações das crianças que acompanharam os animais em sua incrível jornada é o de honra. O caráter, a moral e a maneira de viver de muitos adultos de hoje em dia devem-se por causa de Animais do Bosque dos Vinténs. Não há criança daquela época que não se lembre com emoção dos episódios de tão maravilhoso desenho. Deixo aqui um apelo para que os arruaceiros de plantão procurem essa grande obra da animação e se emocionem com a jornada de Raposa, Texugo, Faisão, Coruja, Doninha, Toupeira, Sapo, todos os animais do Bosque dos Vinténs, garanto que será uma experiência sem igual da qual não se arrependerão. 

Curiosidade: -No total, a série se baseou em 6 livros com a história principal para suas 3 temporadas: The Animals of Farthing Wood; In the Grip of Winter; Fox's Feud; The Fox Cub Bold; In the Path of the Storm e Battle for the Park. Apenas um dos principais livros não foi adaptado para a TV, The Siege of White Deer Park ("O Sítio ao Parque da Corça Branca"). Foi considerado forte demais para ser adaptado e então foi deixado de lado. Isso é tudo arruaceiros!
En Taro Adún!
Jack.


Confira abaixo o vídeo da abertura original da série aqui no Brasil:








"... era chamado de Juramento da Proteção Mútua. É uma promessa para não temer.
   -Eu,__________ , juro solenemente não engolir ninguém enquanto viajarmos para este lugar do Sapo!"



FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!  Jack, O Taverneiro.